quinta-feira, 13 de junho de 2013


Introdução a História

 

PARTE I

HISTORIOGRAFIA DA ANTIGUIDADE ORIENTAL

1.1. O conceito de História

O Termo História, no seu sentido epistemológico tem origem na palavra grega historiê (Lotop) que significa investigação ou inquérito. Por influência de Heródoto de Halicarnasso que deu o título de História ao resultado das pesquisas sobre as guerras entre os gregos e os persas, o termo História assumiu o sentido de busca do acontecimento das coisas humanas, de saber histórico.

 

Georges Lefebvre, um dos grandes historiadores do séculos XX, definiu história nos seguintes termos:

“ A história é a memoriado género humano, o que lhe dá consciência de si mesmo, isto é, da sua identidade no tempo, desde a sua origem; é por isso consequência o relato do que, no passado, deixou marca na recordação dos homens”.

 

1.2. Conceito de História como Ciência

“Por ciência entende-se o conhecimento de determinados factos, com objecto definidos e um método próprio ou, por outra, é um conjunto de conhecimentos adquiridos e organizados metodicamente. Segundo a teoria do conhecimento, objecto de estudo da história, é aquilo com que se ocupa a história, o que o homem procura compreender e explicar”.

A busca de informações sobre o passado dos homens não teve sempre carácter científico. A história como ciência, na acepção actual do termo só surge no século XIX. Mas a cada etapa de desenvolvimento da sociedade correspondeu uma forma própria de encarar e fazer a história, ou seja tipo de historiografia. De forma geral a História é a ciência que estuda o homem no tempo e no espaço.

 

1.3. O surgimento da história

Durante vários milénios de existência humana o passado humano foi sendo transmitindo de geração em geração por via da oralidade e da experiencia. O registo do passado dos homens começou do quarto milénio a.n.e, quando surgiu a escrita.

1.3.1. Importância da escrita.

O aparecimento da escrita permitiu aos sacerdotes dessas antigas culturas fixarem por escrito o passado religioso, até ai conservado e transmitindo por via oral. Igualmente, começaram a ser registadas as memórias dos antigos heróis guerreiros (a tradição épica). Neste processo foram processo foram produzidas as primeiras formas de literatura histórica que se conhecem, as cosmogonias e mitografias, as primeiras formas de literatura histórica que se conhecem.

 

1.4. Conceito de Cosmogonias e Mitografia

 

1.4.1. Cosmogonia: são os registos das primeiras tentativas, pré-cientificas, de explicação do universo, uma explicação que inclui tanto elementos naturais assim como sobrenaturais frequentemente associados.

 

1.4.2. Mitografia: É considerada como a narração de factos com recursos a seres sobrenaturais ou ciência dos mitos ou lendas. A primeira forma de explicação dos fenómenos nas sociedades antigas é o mito.

 

1.4.3. O que seria então um Mito?

É uma história que envolve personagens sobrenaturais, os deuses, e é transmitida em forma de tradição oral e esta ligado á superstição. É uma história sagrada, que retrata um passado tão remoto que ninguém sabe quando se deu.

 

1.5. Historiografia

Conjunto de obras concernentes a um assunto histórico, produzidas numa determinada época ou num determinado local. Quando se diz por exemplo historiográfica moçambicana, a designação refere-se as obras escritas sobre a Historia de Moçambique, tendo por autores nacionais assim como estrangeiros.

 

 

 

 

2.0. Historiografia da Antiguidade Oriental

A historiografia da Antiguidade Oriental é uma historiografia mítica e Cosmogónica, cujo objecto de estudo são factos políticos e militares das grandes personalidades, deuses e as suas obras.

Fazia-se uma abordagem mítica e teocrática da evolução da humanidade. O objectivo da história era os deuses e os homens importantes a quem se atribuía total responsabilidade pela evolução da sociedade.

As informações, de origem mitológicas, não eram sujeitas a qualquer tipo de investigação ou explicação casual. Era uma história que não se preocupava com a verdade e com a objectividade[1].

 

A historiografia antiga oriental, contribuiu para o conhecimento da história do oriente antigo, na medida em que foi neste processo importante de materiais sobre a história daquela região, nomeadamente anais, listas de dinastias ou de soberanos, listas de sacerdotes, inscrições comemorativas e biografias importantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE II

HISTORIOGRAFIA JUDAICA

 

3.0. Historiografia Judaica (Hebraica)

 

 

A historiografia judaica antiga baseia-se, na bíblia sagrada (o velho testamento). A Bíblia é, por excelência, a fonte de conhecimento da história do povo do Médio Oriente, sobretudo do povo Judeu.

A bíblia é uma obra pluralista, pois, é constituída por vários livros atribuídos a diferentes autores. É, por isso, nela também estão presentes vários géneros literários distintos.[2]

 

3.1. A importância da Bíblia na historiografia judaica

A bíblia[3] foi importante porque foi escrita e conservada pelos sacerdotes, a bíblia constituiu para os judeus um instrumento de unidade, que era posta em causa pelo contacto com outros povos, a que os judeus eram sujeitos por ser um povo nómada.

 

Existiam duas formas de poder entre os judeus: o poder espiritual, dos sacerdotes, e o temporal, dos reis, sempre em aliança ou em rivalidade ou em luta. O desentendimento entre estes dois poderes resultava de facto de os sacerdotes pretender a unidade do povo judaico, recusando, por isso o contacto com outros povos, em quanto priorizavam o alargamento do território integrando as populações vencida o que significava a admissão no mesmo panteão dos deuses dos vencidos.

 

A bíblia funcionou como um instrumento dos objectivos da classe sacerdotal, conservando um carácter exclusivista de defesa da tradição judaica e de ataque a tudo que lhe fosse estranho. Baseada na bíblia, a historiografia judaica teve como principal característica a incapacidade de aceder a uma concepção universalista do homem, ou seja a limitação do homem ao homem judeu. Assim, para os judeus, a história da humanidade passada a confundir-se com a história judaica contada na bíblia. Os outros povos apenas eram referenciados na medida em que tivesse algum relacionamento com deus.

3.2. Limitações da Bíblia

Como livro de sagrado dos católicos, protestantes e cristão ortodoxo, a Bíblia, teve uma credibilidade quase universal e até ao século XIX constituiu a única fonte da história dos judeus e dos povos do médio oriente, com quem estiveram em contacto. Só no século XIX, com a decifração dos escritos egípcios e sumérios surgiu uma alternativa para as fontes da história judaica. Assim a bíblia passaria a ocupar um lugar secundário como fonte histórica.

 

De forma geral a seguinte citação ilustrar a importância e limitação da Bíblia (velho testamento):

 

No entanto, a Bíblia tem algumas limitações. Por exemplo, através da sua leitura, não é possível aceder-se a uma concepção universalista do homem. Concepção do ser humano está limitada ao homem Judeu. Mesmo assim, na ausência de outras fontes, a Bíblia constitui a principal fonte da informação sobre a historia do Próximo Oriente Antigo isto e na falta de outras fontes no primeiro quartel do século XIX e por ser ainda a bíblia o livro de Católicos, Protestantes e Ortodoxos cristãos. Conferiu ao conteúdo da bíblia uma credibilidade quase universal. A bíblia foi um instrumento de unidade do povo judaico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE III

HISTORIOGRAFIA GRECO-ROMANA

 

A Historiografia Grega

O espírito democrático que se vivia nas cidades-estado da Grécia Antiga contribuiu para o desenvolvimento da Historia. Heródoto e Tucidides, dois historiadores gregos, são considerados os “ pais da Historia”.

 

Heródoto

Heródoto (484?-425 a.C.), historiador grego, conhecido como o pai da história. Viajou pela Ásia Menor, Babilônia, Egito e Grécia, o que lhe proporcionou valiosos conhecimentos. Aproximadamente em 447 a.C., chegou em Atenas, onde conquistou a admiração dos homens mais distintos, inclusive Péricles. Sua obra Histórias é o primeiro trabalho histórico importante em prosa. Demonstrou um grande conhecimento da literatura grega e um pensamento racional.

Contribui para a definição da Historia como ciência. Por um lado, definiu o Homem como Objecto de estudo, pois não só falava dos Gregos, mas também dos povos vizinhos da Grécia. Deste modo, Heródoto incutiu uma visão mais global do homem e do universo.

Por outro lado, tinha uma preocupação pela verdade e pela pesquisa científica dos factos históricos que narrava.

 

Tucidedes

Tucídides (460?-400? a.C.), historiador grego. Na guerra do Peloponeso, foi nomeado comandante da frota ateniense, porém não chegou a tempo de evitar a captura de Anfípolis. Por isso, foi exilado. É um dos pais da história com sua obra História da guerra do Peloponeso. Mostrou uma grande objectividade e um conhecimento prático tanto da ciência política como da militar. Seu estilo é conciso e objectivo.

Contribui para a evolução do pensamento histórico pela sua inteligibilidade assente na objectividade. Este pensador procurou explicar os acontecimentos relacionando-os e confrontando as decisões com hipóteses (explicação didáctica causa e efeito). Os seus escritos apresentam-se críticos, sólidos, preciosos, analíticos e perspicazes.

 

A historiografia Romana

Os romanos desde cedo tiveram a preocupação de escrever os seus principais feitos históricos, sobretudo as vitorias no campo de batalha. As principais fontes da historiografia Romana produzida pelo poder são, por isso, documentos de índole laudatórios e militar, como anais e crónicas. São exemplo disso os escritos do Júlio Cessar (100 a.n.e. – 44 a.n.e.) De Bello Galico e De Bello Civili (comentários sobre a Guerra Civil, respectivamente).

 

Na historiografia Romana registou-se a tendência de seguir a evolução do pensamento histórico grego. Mas com algumas diferenças.

Os maiores expoentes da historiografia romana foram:  Polibio, Titolivio e Tacito.

 

Polibio (204-122 a.n.e)

Políbio (203?-120? a.C.), historiador grego. Foi um dos 1000 aqueus nobres enviados a Roma como reféns, depois da conquista da Macedónia. Foi tutor e amigo de Público Cornélio Cipião e seguiu-o em suas campanhas. Escreveu Histórias, que cobre o período entre 220 e 146 a.C. Como historiador, não apenas procurou enumerar fatos e acontecimentos, mas descobrir as causas subjacentes.

Obreiro da ideia da história cíclica, veicula uma história pragmática e quase determinista; procura para as civilizações ciclos de evolução semelhantes ao da vida humana; por exemplo, as sociedades como0 os indivíduos, nascem, passam pela juventude, amadurecem e envelhecem.

 

Tito Livio ( 59 a.n.e -16 n.e) – Escreveu a Historia Romana, onde procura estudar o passado; a sua grande preocupação é moralizar; a historia para os romanos é  uma exaltação da cidade e do Império; é uma história a apologética; servidor da ideologia dominante, o fabricante de uma história heróica, justificativa e ética.

 

Tacito ( 55-120 n.e)

Tácito, Público Cornélio (55?-depois de 117), historiador romano. Ocupou diversos cargos políticos. Suas obras curtas são: Diálogo dos oradores, Vida de Agrícola e Germânia. Seus dois trabalhos principais são: Histórias, a história do Império Romano; e Anais, a história dos imperadores da dinastia Júlia-Cláudia de Tibério a Nero. Seu grande poder como historiador reside em sua perspicácia psicológica e no brilho de seus retratos de personagens.

Autor de uma vasta obra histórica; por vezes, confundia a história e a literatura; escritor precioso e sintético, valorizava o passado e um dos pensamentos mais notáveis seus foi: “todas as coisas que hoje consideramos antiquíssimas foram novas um dia”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE IV

HISTORIOGRAFIA CRISTÃ ANTIGA E MEDIEVAL

 

A idade média é um período em que se vê, associada á predominância da fé, uma enorme credibilidade geral acreditava-se em lendas fantásticas, no paraíso terrestre, na pedra filosofar, no elixir da vida eterna, em cidades todas de ouro, etc. Existem lendas sobre a Terra em que esta termina de forma subida por ser plana, etc. Toda esta mentalidade reinante reflectiu-se na forma de se escrever a Historia na qual há uma grande presença do milagre do maravilhoso e do impossível[4].

 

As fontes da Historiografia Crista Antiga e Medieval

Durante a Antiguidade Crista, as fontes da Historia eram essencialmente de tres tipos religiosos, civis e da tradicional popular:

 

  1. Religiosas
    • A bíblia sobre tudo os livros do Antigo Testamento;
    • As hagiografias;
    • Actas de Sínodos e concílios
    • A bíblia e outros diplomas de origem de papel;
    • As obras de cleros seculares e regulares;
    • As fontes de origem eclesiástica produzidas na abadia de Cluny, como Anais e crónicas;
    • Os manuais dos confessores, entre outros documentos de origem eclesiástica.

 

2.As fontes Civis de natureza Oficial

Diplomas emitidos pelas chancelarias régia;

Genealogias;

Tratados, testamentos e Legados.

 

 

3.As fontes provenientes da Cultura popular medieval estão ligadas ao folclórico: Canções de gesta da nobreza, cantigas de amigo, etc.

 

Historiadores da Historiografia Antiga Medieval

 

Ibn Khaldum (1332- 1395)

Ibn Khaldun (1332-1406), cujo nome completo era Abu Zayd’Abd al-Rahman ibn Khaldun, foi o mais destacado historiador medieval islâmico, também conhecido como Abenkhaldun.

De família árabe espanhola, Ibn Khaldun ocupou cargos nas cortes da Tunísia, da Argélia, do Marrocos e do reino nazari de Granada, do qual foi embaixador na corte de Pedro I, o Cruel, rei de Castela.

É autor de uma História universal em seis volumes, guia valioso da história das dinastias muçulmanas do norte da África e dos berberes, e de um volume introdutório a essa obra, os Prolegómenos, onde expõe uma filosofia histórica e uma teoria social sem precedentes, onde aparecem surpreendentemente traços da moderna sociologia. É precursor da filosofia da história

 

Contribuiu para a historiografia através da sua investigação cruzada em História, Economia, Demografia e Geografia, foi também o precursor no intercâmbio da história com outras ciências. Ibn Khaldum escreveu a famosa obra Al-Muqaddimah (introdução à História)

 

Eusébio de Cesareia (265? -339)

 Considerado pai da história da Igreja, aborda nas suas obras pela primeira vez os tempos do cristianismo primitivo.

 

Santo Agostinho (354-430)

Agostinho de Hipona, Santo (354-430), padre e um dos eminentes doutores da Igreja Católica ocidental. Filho de Santa Mónica, nasceu em Tagasta, Numídia (hoje Souk-Ahras, Argélia). Inspirado no tratado filosófico, Hortensius, de Cícero, converteu-se em ardoroso pesquisador da verdade e aderiu ao maniqueísmo. Em Milão, conheceu Santo Ambrósio que o converteu ao cristianismo.

Agostinho voltou ao norte da África, foi ordenado sacerdote e, mais tarde, consagrado bispo de Hipona. Combateu a heresia maniqueísta e participou de dois grandes conflitos religiosos: o donatismo e o pelagianismo. Nesta época, desenvolveu as doutrinas do pecado original, graça divina, soberania divina e predestinação. Os aspectos institucionais de suas doutrinas foram especialmente proveitosos para a Igreja Católica Apostólica Romana. Santo Agostinho sustenta que homens e mulheres foram salvos pela graça divina e defende o papel do livre-arbítrio em união com a graça.

A sua obra mais conhecida “ De Civitae Dei “( cidade de Deus); foi o primeiro a sistematizar a Filosofia e a Teologia” procurou crer para entender e entender para crer com objectivos de integrar num corpo doutrinal coerente as verdades da fé.

Sua obra mais conhecida é a autobiografia Confissões, escrito, possivelmente, em 400. Em A Cidade de Deus (413-426) formulou uma filosofia teológica da história

 

Paulo Osório (385-420)

 Elaborou sete (7) livros de Historia contra os pagãos, retratando a época antes do Cristo como sendo um período mais duros que os posteriores.

Com a queda do império Romano do Ocidental surge um novo contexto histórico que caracterizou-se pela destruição da economia Urbana e Comercial.

O que se da na Idade Media é uma regressão em vez da expansão essa regressão desaparecimento da especialização, o cristianismo volve na idade Media em relação a religião clássica.

 A historiografia crista medieval foi essencialmente obra de monges e os anais e cónicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vocabulário

 
Anais: narrativas de factos históricos, organizadas ano a ano.
Crónicas: narrativas que tomam por unidade temática períodos mais longos que os anais(uma época, um reinado etc).
Sínodo: Assembleia eclesiástica, de âmbito local.
Hagiografia: Biografias dos santos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE V

HISTORIOGRAFIA DO SECÚLO XIV

 

Realça o papel activo do terceiro (3º) estado no desenvolvimento das suas actividades maior abertura neste período. Aliança entre a burguesia e a realeza. Consegue aumentar a sua receita torna-se militariamente independente da nobreza põe em pratica uma nova teoria do poder Absoluto.

 

Historiografia do Século Renascimento XV-XVI

Esta historiografia torna de novo o ser Humano como objecto de estudo; há um reaparecimento da herança cultural Grega e Romana e o tempo do antropocentrismo; Desenvolve as ciências auxiliares da História Epigrafia, Arqueologia, Numismática, etc. Emergência de uma história Palaciana dominada pela Burguesia que reclama uma certa autoridade e desenvolvimento da sua própria historia; Desenvolvimento do espírito crítico, analise, comparação e explicação dos factos, conhecimentos a investigar ou investigados; Nas fontes destacam-se os anais e as biografias, crónicas, Objecto-Homem, Metodologia-critica aos factos nem sempre é isente, Função educativo e moral através de exemplos transmitidos a novas gerações

 

Historiadores da época do Renascimento XV-XVI

Flavio Biondo (1392- 1463) 

Colecta e compara fontes de diferentes épocas com algum sentido crítico e é o primeiro historiador a dividir a Historia em três (3) épocas: Antiguidade, Medieval e Moderna.

 

Lorenço Valla (1407-1457)

Foi o primeiro a defender a crítica filosófica das fontes medievais.

 

Bernardo Guistiniani (1380-1459)

Notabilizou-se pela crítica e objectivo ao submeter os dados da tradição a critica da sua possibilidade de aplicação pratica.

 

 

Fernão Lopes (1380-1459)

 Lopes, Fernão (1380-1460), o primeiro historiador português e mestre prosista do século XV. De suas obras, as que se conservaram intactas são: Crónica de Dom Pedro I, Crónica de Dom Fernando e Crónica de Dom Juan. Seu trabalho foi extenso: somente esta última obra consta de 400 capítulos. Retirou-se em 1454, quando já havia traçado a história de Portugal até o começo de seu próprio século

 

Erasmo de Roterdão (1469- 1536)

Erasmo de Roterdão (c. 1466-1536), escritor, erudito e humanista holandês, principal intérprete das correntes intelectuais do Renascimento no norte da Europa. Contribuiu para o estabelecimento do humanismo, especialmente ao desenvolver os estudos clássicos no ensino cristão. Utilizou textos da Antiguidade para denunciar os excessos da pedagogia medieval; analisou manuscritos do novo testamento com vista a preparar uma nova edição para o Latim.

A obra de Erasmo manifesta sua enorme erudição e seu elegante estilo latino, com grande prudência e habilidade. Colóquios (1500, ampliados em 1508), uma recompilação de provérbios latinos, estabeleceu sua reputação como humanista. Destacam-se também Manual do cristão militante (1503), sua famosa sátira Elogio da loucura (Encomium moriae, 1511), a edição do Novo Testamento em grego (1516) — motivo pelo qual é conhecido como o pai da Reforma — e Do livre-arbítrio (1524).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE VI

HISTORIOGRAFIA DO ILUMISTA XVII-XVIII

 

Foi um movimento cultural que ocorreu na Europa durante os Séculos XVII-XVIII e pretendeu “ dominar pela razão a problemática total do homem. O iluminismo é, por isso, relativo ao racionalismo, caracterizou-se pela emergência do ensaio da demografia histórica, artimetia politica, induções e deduções a partir das estatísticas politicas.

Objecto do Racionalismo ou Iluminismo a história Global das Sociedades, a sua evolução política, metodologia critica minuciosa e autentica veracidade e exactidão das fontes método cientifico, ciências auxiliares da historia; função história pragmática e educativa, serviço da burguesia e as suas ideias

 

Representantes da Historiografia Racionalista

 

Jean Jacques Rosseau (1712-1778)

Contra valores tradicionais católico feudais valorizava a sensibilidade, a personalidade livre e natural do homem, contribuindo para uma profunda abordagem histórica.

 

Charles de Secondat (1689-1755)

Montesquieu, Charles-Louis de Secondat, barão de (1689-1755), escritor e jurista francês. Suas Cartas persas (1721), sátira da política de seu tempo, foi uma das primeiras obras do movimento conhecido como ilustração. Considerações sobre as causas da grandeza dos romanos e de sua decadência (1734) é uma das primeiras obras de peso na filosofia da história. Sua obra-prima, O espírito das leis (1748), figura entre as principais obras de teoria política, na qual se analisam as três principais formas de governo: república, monarquia e despotismo.

Montesquieu- estudou a filosofia politica tentou explicar com base num determinismo cientifico, prestando atenção as grandes correntes sociais. Uma das suas obras mais importantes, O espírito das Leis contribui para o desenvolvimento da ciência Jurídica.

 

 

 

Francois – Marir Arouet- Voltaire (1694-1778)

Inaugurou uma história verdadeiramente humana, debruçando-se sobre a política económica, financeira, religião, aspectos demográficos. Tem uma filosofia histórica determinista e pessimista.

Henriade (1728), uma eloquente defesa da tolerância religiosa, obteve um sucesso sem precedentes.Outras obras importantes são: Cartas filosóficas ou Cartas sobre os ingleses (1734), um ataque encoberto às instituições políticas e eclesiásticas francesas, e O século de Luís XIV, um estudo histórico sobre o reinado desse monarca (1638-1715).Sua obra mais ambiciosa, Ensaio sobre os costumes e o espírito das nações (1756), é um estudo do progresso humano. Seu Dicionário filosófico foi publicado em 1764. Entre seus romances satíricos e filosóficos, destaca-se Candide (1759).

Algumas de suas outras obras são: as tragédias Brutus (1730), Zaïre (1732), Alzire (1736) e Mérope (1743), o romance filosófico Zadig (1747), o poema filosófico Discurso sobre o homem (1738) e o estudo histórico Carlos XII (1730).

 

M.J-Antoine Nicolas de Caritat- Condorcet (1743-1794)

Condorcet, Jean Antoine (1743-1794), filósofo, dirigente político e matemático francês. Apoiou a Revolução Francesa e chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa. Por sua proximidade com os girondinos moderados durante o Reinado do Terror, teve que fugir. A este período pertence sua obra mais importante: Esboço de um quadro histórico do progresso do espírito humano (1795). Seus trabalhos matemáticos também tiveram relevância.

Defendeu uma historia Global cosmopolita. Foi um dos precursores do positivismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Historiografia do Século XIX

No século  XIX, destacam-se as seguintes correntes historiografias: Romantismo, Positivismo, Historicismo e Marxismo (Materialismo Histórico).

 

Romantismos

Caracterizou-se pela liberdade politica e criadora, defendia que a sensibilidade e imaginação como expoentes da liberdade individual; nacionalismo e patriotismo, que acreditava no regresso as tradições medievais de cada povo ou nação; Gosto por sociedades diferentes, pelo exotismo e pelo excepcionalíssimo; O progresso e maior divulgação da impressa, Defendia a subjectividade entre a classe burguesa.

 

O romantismo foi apropriado por varias camadas sociais da época. Cada romantismo tinha características diferentes:

 

Romantismo Conservador - Nobres Desejavam repor a velha ordem aristocrática, isto é, o poder do rei e a supremacia da Igreja;

 

Romantismo Liberal Burguesia (vencedores na Revolução Francesa) - Aspiravam a implantação de um novo regime, burguês, assente nas ideias defendidas da Revolução Francesa.

 

Romantismo Socialista do povo (em especial os Sans Culottes que eram oprimidos pela burguesia.

 

Progresso Histórico: científicos e registados no Romantismo

Privilegia-se o passado por excelência, nesta perspectiva há uma busca das origens e descobre-se a Idade Media; objectivo é o conhecimento global das sociedades e das suas instituições, para além dos factos políticos e individuais; gosto pelo exótico e pelo excepcional, privilegia-se o rigor, prudência, cuidado com as fontes.

 

 

 

Historiadores do Romantismo e suas Contribuições

 

Francois Guizot (1787-1874)

Os factos históricos devem ser interpretados universalmente, de forma a construir-se uma ideia da civilização;

 

Agustin Thairry (1795- 1856)

Defende a rectidão de fontes históricas e na exactidão do tom, sem comprometer a narrativa emocionada e romântica. Procurou substituir a historia dos grandes e dos príncipes pela das massas populares.

 

Julius Michelet (1798-1874)

Aliou a ciência e o espírito da história com paixão

 

Alexandre Herculano (1810-1877)

Preocupou-se com a história Colectiva através do estudo das instituições, do direito, dos sentimentos colectivos, das relações políticos entre as diversas formações e classes sociais.

 

 

O positivismo

Ciência ao serviço das ciências da natureza. Ela obedece a dois passos: da determinação dos factos e o do estabelecimento de leis. Os defensores dizem que esses factos são determinados pela percepção sensorial e as leis são com base na indução.

 

Características do positivismo

Os factos históricos a partir de documentos coordena e expõem de forma coerente, os métodos históricos são aplicados nos métodos das ciências naturais, os documentos históricos e tudo que escrito, critica as fontes e defende a objectividade absoluta.

Todo conhecimento é adquirido pela experiencia, a historia é uma ciência objectiva e social e o historiador tem um papel de observador.

 

Progressos Histórico -Científicos Registados no Positivismo

Metodologia: Examina as fontes de forma crítica e rigorosa, o conhecimento é relativo e não absoluto.

 

Representante do positivismo

 

Augusto Comte (1798-1857)

Filosofa francês que dizia que a sociedade tinha evoluído em três estágios: teocrático (deus) Anarquia (natureza) e positivismo (fenómenos).

 

Criticas Feitas ao Positivismo

  • Por ter aplicado o método das ciências Naturais a história
  • Concebe a história em termos de sucessão e não de evolução,
  • Reduz ao historiador a uma condição pacífica.

 

 

HISTORCISMO

Características do pressuposto do Historicismo

  • O historia dor descrever, compreender como aconteceram os factos,
  • Ciência subjectiva e relativa,
  • Defendem autonomia (os indivíduos são únicos e particulares),
  • Não existe leis da evolução da História

 

Tem como Representante Leopoldo Ranke Van Range, onde defende que a História é o conhecimento do passado pelo passado.

 

 

 

 

 

 

MATERIALISMO HISTÓRICO

Defende que os processos económicos estão na base de toda evolução da humanidade. Houve a evolução de meios de produção desde a comunidade primitiva ate a sociedade socialista.

A passagem de um modo de produção para outro, deve-se a existência de um elemento dinâmico, a luta de classes. A história das sociedades humanas revela uma sucessão de modos de produção, onde a luta de classes é o motor da História. Defendem uma história total problemática e interdisciplinar.

 

Progresso Histórico Cientifico

  • Alargou o Objecto do estudo da história
  • Comunidade primitiva, sociedade esclavagista, sociedade Feudal, Capitalismo e Socialismo
  • Antagonismo entre o proletariado e burguesia analisa actividade produtora, identifica aquilo que se produz, como se produz e quem produz.

 

Crise na Historia Século XIX

A crise na história deveu-se a evolução das ciências humanas (Sociologia, antropologia etc) critica feita a fontes tradicionais, dai o papel passivo do historiador (positivismo).

Como resposta houve reformulação do objecto (o homem e a problemática da historia), o método são as fontes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HISTORIOGRAFIA DO SÉCULO XX

 

Criação da revista dos Annales de Historia Económica e social por Lucien Fevbvre e Marc Bloch, em1929. Numa segunda fase Fernand Braudel (1902-1985), foi responsável pela escola dos annales escreveu a sua obra o Mediterrâneo. O legado foi tão grande que de uma revista nasceu uma escola, Escola dos Annales, considerado o berço da Historia Nova

 

Características da Historiografia do Século XX

Procura de uma história total e problemática (motivos reais, profundos e múltiplos que condicional o progresso histórico economico-geografico, social psicológico, religioso)

 

O largamento do Territórios Historiador, alargamento do campo do documento, Valorização do papel activo do historiador, Cronológico e geográfico tempo da história recusa-se o passado mais remoto do homem, estudo da história Universal

A história Estrutural interdisciplinaridade, abandona a visão tradicional do tempo Antiguidade, idade media, moderna, Renascimento Contemporânea.

 

HISTORIOGRAFIA AFRICANA

 

Eurocentrismo

Corrente racista que defende a superioridade da raça branca sobre a negra e sustenta que os africanos não tem historia antes de estabelecerem contacto com europeus.

 

A corrente afro centrista

Surge intimamente ligada ao nacionalismo africano. É caracterizada por valorizar excessivamente as relações africanas.

Para esta corrente a história de África conseguiu-se graças ao esforço exclusivo dos africanos, sem concorrência de alguns factores positivos ou negativos. Externos.

 

 

 

Correntes Progressista ou Africanista

As duas primeiras correntes, revelam-se retrógradas e racistas, uma vez que se sustentam em factos que lhes convêm para as suas ideias preconcebidas, desprezando o que não esta de acordo com as suas pretensões. Esta corrente recorre a todas fontes disponíveis, muito para alem de documentos.



[1] Segundo Proença (1989), até ao século V n,e (antes da invasão dos bárbaros), a interpretação do passado fazia-se pela projecção no presente de mitos que tinham como função explicar a formação da realidade pela intervenção de seres sobrenaturais. A história mítica e cosmogónica era relatada em mitografias e cosmogonias.
 
[2] Literatura  nacional do povo Judaico
[3] A bíblia é o conjunto dos livros escritos por inspiração divina, que se divide em antigo testamento e o Novo testamento.
[4] Dominguinhos Fernandes e Julião Bastos.

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