terça-feira, 15 de agosto de 2017

CADERNOS DE HISTÓRIA NÚMERO I


CADERNOS DE HISTÓRIA NÚMERO 1


I. Noções sobre metodologia

1.1. Origem e Significado do Termo História
O Termo História tem origem na palavra grega historiê que significa investigação ou inquérito. Por influência de Heródoto de Halicarnasso que deu o título de História ao resultado das pesquisas sobre as guerras entre os gregos e os persas, o termo História assumiu o sentido de busca do acontecimento das coisas humanas, de saber histórico.

Actualmente, o conceito História é usado em dois sentidos:
- História  como Processo Real: é o conjunto de acontecimentos sociais, económicos, políticos e culturais.
- História como Conhecimento: constirui o conjunto das informações e ideias que se formam através de estudo e da investigação.

A História pode ser definida, também, com recurso a quatro conceitos fundamentais: ciência, homem, espaço e tempo. Assim, a História é a ciência dos homens no tempo e no espaço. Ciência porque tem o seu método, metodologia e seus instrumentos de análise. Ciência dos homens porque tem como objecto de estudo as realizações humanas na sociedade. No tempo e no espaço porque essas realizações se manifestam dentro de um determinado espaço temporal e geográfico bem definidos.
1.2. Fonte Histórica
Nós não podemos atingir o passado directamente, mas apenas através dos traços, inteligíveis para nós, que ele deixou atrás de si, na medida em que esses traços subsistiram, em que nós os encontramos, e em que formos capazes de os interpreter.(…)”. Estes traços são chamados fontes históricas ou documentos. Define-se, também, a fonte histórica como “Toda a fonte de informação de que o espírito do historiador sabe tirar qualquer coisa para o conhecimento do passado humano, visto sob o ângulo da questão que lhe é posta”. As fontes históricas “não existem segundo a vontade do historiador”.


1. 3. Objecto de Estudo da História
É o homem na sua relação com o meio geográfico, social e meio técnico que por ele foi criado.

1.4. Facto Histórico
É o produto da relação que os homens estabelecem entre si dentro de determinado tempo e espaço. É algo que marca profunda e qualitativamente uma determinada sociedade, accelerando, mantendo ou até retardando o seu processo de desenvolvimento.
Outros conceitos não menos importantes são:
 - O acontecimento – que é um facto breve e preciso cujo conhecimento os contemporâneos o têm de imediato;
A conjuntura – que é o conjunto de eventos interligados, ocorridos no tempo médio, sem carácter repetitivo;
- A estrutura – que não é a soma das partes, mas é o conjunto de relações recíprocas que integram as partes no todo; não é um estado mas um processo que dura enquanto as forças de desestruturação não levam de vencida as forças de estruturação.
 - A sincronia – é a investigação num determinado tempo curto, transversal ou um corte.
-  A diacronia – implica a investigação de um tempo dado, longitudinal.

1.5. A Metodologia, em História, é “o caminho pelo qual se atinge a verdade historica, a razão ou o raciocinio”.
A metodologia consiste consiste em:
- 1°. Definir o problema e;
- 2°. Reunir as fontes, documentos úteis na formulação da resposta (designada de hipotese ou de conclusão empirica do estudo) ao problema levantado.

1.5. Os Métodos da História
Distinguem-se os seguintes métodos usados pela História como ciência:
a) O Método crítico ou crítica Histórica
b) A Interdisciplinaridade
1.5.1. Método Crítico ou Crítica Histórica
Graças ao desenvolvimento de certas técnicas de investigação, tais como a paleografia, diplomática, filologia, epigrafia, sigilografia, papirologia, numismática, codicologia, onosmática, etc., foi aperfeiçoando-se. Este método consite em duas operações: a Análise e a Síntese.  

1.5.1.1. Operações da Análise
a) Heurística
b) Crítica Externa
c) Crítica Interna
c) Hermenêutica

-          A Heurística é a operação que consiste na recolha das fontes de informação necessárias à Análise Histórica.
-          A Crítica Externa (crítica de autenticidade) – destina-se a averiguar a autenticidade dos documentos escritos, dirigindo-se aos aspectos materiais e formais do texto e compreende duas operações:
·        A Crítica de Proveniência – quem redigiu o documento, quando, onde, como foi redigido, que vias percorreu antes de chegar as nossas mãos.
·        A Crítica de Restituição – restituição do documento à sua forma original, mediante a eliminação das alterações voluntárias ou involuntárias introduzidas pelos copistas.

-          A Crítica Interna (Crítica de Credibilidade) – dirige-se ao conteúdo do texto e compreende as seguintes operações:
·        Crítica de Interpretação literária do texto – averiguação exacta do pensamento do autor.
·        Crítica de Competência – averiguação do grau de conhecimento que o autor tem do acontecimento relatado (se é testemunho directo ou apenas um compilador usando outros testemunhos para construer a sua versão).
·        Crítica de intencionalidade ou de sinceridade – averiguação do grau de isenção do autor
·        Crítica de exactidão – averiguação do grau de exactidão ou de rigor do testemunho.
·        Crítica comparativa – avaliação do grau de credibilidade do testemunho mediante a comparação da sua informação com a dos outros testemunhos.

-          A Hermenêutica – Operação de interpretação dos documentos para saber se a informação por eles contida responde às questões inicialmente postas.

1.5.1.2. Operação da Síntese – Reconstitui e explica o passdo, integrando o novo conhecimento no conjunto dos conhecimentos históricos já conhecidos.


II. A Metadisciplinaridade/a Interdisciplinaridade – é a relação que a História estabelece com as outras ciências (Antropologia,  Linguistica, Geografia. Economia, etc.), tendo em vista a complementar o conhecimento sobre o passado

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